Curavac: entenda a cicatrização a vácuo
Ferimentos, queimaduras ou cortes cirúrgicos podem se tornar preocupantes quando a recuperação do paciente não ocorre da forma esperada. A solução para o problema pode estar em uma técnica desenvolvida aqui mesmo, no Brasil. Trata-se da Curavac ou cicatrização a vácuo.
A técnica é bastante simples e impressiona por conseguir excelentes resultados, apesar de utilizar materiais básicos, como esponjas de antissepsia, papel adesivo, válvula reguladora de pressão e aspirador. Apesar do custo baixíssimo para o padrão hospitalar, a eficiência é comprovada.
No post de hoje, vamos falar sobre esse método e mostrar como ele funciona. Acompanhe!
Desenvolvimento
O procedimento de cicatrização a vácuo foi desenvolvido no Hospital Universitário da USP, em São Paulo, e tem sido utilizado com sucesso desde 2003. O médico responsável pela pesquisa é o Dr. Fábio Kamamoto, responsável pelo setor de cirurgia plástica da instituição.
Nesses casos, além dos riscos de infecções, alguns pacientes podem ter necessidade de amputação de membros, o que gera uma condição permanente e que demanda muitas adaptações.
Até então, o único método que conseguia ajudar esses pacientes dependia dos curativos importados que utilizam aspirador elétrico. O custo deles é de R$ 4 mil por semana. O procedimento desenvolvido pelo Dr. Kamamoto reduz drasticamente este valor para R$ 90 a R$ 120.
Desde seu desenvolvimento, o método tem sido difundido. Por agregar eficiência e baixo custo, os treinamentos gratuitos realizados para profissionais da área de saúde interessados em utilizá-lo são bastante disputados.
Procedimento para a cicatrização a vácuo
A estabilização da pressão do ar é feita por um dispositivo regulador, desenvolvido pelo professor José Carlos de Moraes, em uma parceria muito bem-sucedida com o Laboratório de Engenharia Biomédica da Escola Politécnica da USP.
Indicação e cuidados
O custo-benefício da Curavac só se justifica quando o paciente apresenta feridas complexas e mais profundas. Devido à extensão, essas lesões não cicatrizam com os curativos habituais, podendo provocar problemas permanentes.
É importante que, para ser aplicada com segurança e eficiência, os tecidos inviáveis ou necróticos (mortos) sejam removidos. Para isso, utilizam-se técnicas mecânicas ou químicas para a retirada de partículas, conhecidas como desbridamento cirúrgico.
Benefícios
Além da redução de custos relacionadas ao material já informadas anteriormente, o procedimento agrega diversas vantagens em relação ao tratamento tradicional:
- maior conforto para o paciente, que não precisa sofrer com a dor da troca constante de curativos;
- redução do número de curativos e de ocupação dos profissionais de enfermagem, que ficam disponíveis para outras tarefas;
- fechamento mais rápido da ferida, com redução de gasto de dia-leito;
- redução do tempo de internação e do uso de antibióticos.
Portanto, quer o ferimento ocorra por trauma ou haja dificuldades de cicatrização devido à ocorrência de diabetes, por exemplo, os pacientes já podem ter a segurança de que existe a técnica de cicatrização a vácuo, capaz de promover a solução em situações de gravidade acentuada.
Realmente, a cada dia novas descobertas trazem solução para os problemas dos pacientes e promovem o bem-estar. Se você também acha importante se informar sobre essas inovações, vai gostar de conhecer um pouco mais sobre a incrível evolução da medicina!